
Estrutura e metodologia
O Laboratório Afrofuturista de Narrativas Cinematográficas busca promover, de forma estratégica, o protagonismo de outras vozes, histórias e visualidades no campo do audiovisual e do cinema, que contribuam para gestar outros futuros possíveis através da fruição da estética afrofuturista. Acreditamos que o cinema, encarado nos seus primórdios como a linguagem do futuro, para além do viés do entretenimento, é uma arte que projeta imaginários e contribui para firmar os pilares de nossa identidade cultural, seja no âmbito comunitário, regional ou nacional.
A experiência e desdobramentos do Laboratório Comunicadores do Futuro foram cruciais para entendermos as reais dimensões do alcance de nossa metodologia e de tudo que imaginamos e projetamos desde o primeiro Laboratório Afrofuturista, realizado em 2018. Depois da urgência em nos adaptarmos às demandas e limitações trazidas pela pandemia, desenhamos e firmamos novos caminhos para potencializar processos de aprendizagens compartilhados entre pessoas de diferentes territórios, vivências, trajetórias afetivas e níveis de formação.
Atravessamos diferentes campos de saberes ancestrais, na arte, na comunicação, na filosofia e na tecnologia, construindo pontes entre as linguagens — narrativas imersivas, artes visuais, mapping, programação, gamificação e conteúdo digital — que julgamos serem futuros possíveis para jovens negres viabilizarem o presente. Pensando nisso, somamos mais uma ponte entre presente, futuro e passado ao trazermos o cinema e o audiovisual para fazerem parte desse universo de aprendizagem, com a preocupação de compor dialogicamente a importância da subjetividade, representatividade e autoria nos processos criativos aliada à necessidade de conhecer e disputar as ferramentas de sobrevivência no mercado.
E para além disso, propomos neste Lab exercitarmos coletivamente a produção de visualidades e narrativas que contribuam para o debate de uma sociedade antirracista e diversa. Privilegiamos a presença de mulheres negras em nossas masterclasses voltadas para a compreensão de percursos criativos e estratégias para ampliar o protagonismo de pessoas negras nas bases da indústria do audiovisual e nas telas do cinema e streaming. As cineastas convidadas Marina Silva, Milena Manfredini, Everlane Moraes e Ana Julia Travia compartilharam seus olhares e perspectivas sobre conceitos, técnicas e práticas em produção, pesquisa, roteiro, direção e montagem.
Desses encontros, emergiram referências, conteúdos e diálogos que aproximaram as expectativas dos participantes de um pensar e fazer cinematográfico mais palpável, atraente, generoso e acessível, injetando mais energia nos planos, projetos e iniciativas desses jovens criadores. Em um segundo momento do Lab, durante as monitorias, todes puderam experimentar o universo de potencialidades construído nos encontros através de exercícios sugeridos e a possibilidade de pensarem juntes a construção de narrativas que partissem de diferentes temáticas enraizadas nos seus cotidianos, espaços de afetividade e subjetividade, memórias ligadas ao território e distopias vivenciadas no presente.

Impacto e avaliações
“Eu tinha ainda dúvidas sobre quais histórias pretas eu iria criar sendo roteirista, mas com o lab eu pude me encontrar e assim adquirir as ferramentas e encontrar o meu caminho na hora de escrever minhas histórias. Então, o lab me ajudou muito também sobre a visão do mercado audiovisual e de quais formas eu posso me inserir nele.” Isabel Santos, 23, BA
“o lab abriu um mundo pra mim, (…) eu já trabalhava com afrofuturismo mas me faltavam embasamento teórico. Além disso, no campo da escrita também foi maravilhoso porque o viés cinematográfico, tudo que aprendi pode ser aplicado em minhas produções. Além disso, agora eu tenho coragem de dizer que dou roteirista, porque aprendi as técnicas de roteiro. Já estou de olho em editais e construindo minha ideia para a flup. Fazia muito tempo que algo não me interessava o suficiente para eu me dedicar em estudar, porque o ead da faculdade desanima muito, mas o lab me trouxe esse brilho ✨” Aniké, 20, SP
“As trocas do lab foram muito necessárias pro meu trabalho e no meu cotidiano, aprendi muita coisa, tive um olhar mais claro de como que é trabalhar com roteiro e direção de arte, foi impacto gratificante demais.” Patrícia Chaves, 25, PA
“Impactou diretamente e positivamente na minha vida pois eu não tinha o mínimo conhecimento sobre audiovisual e muito menos sobre o conceito afrofuturista, tá sendo uma troca incrível e tô amando aprender coisas que nem tinha noção.” Ayo, 26, RJ
“(…) cada filme sugerido e aula me lembrou o porquê sou realizador de audiovisual. E é muito bom ouvir pessoas que encontraram novos caminhos para contar suas histórias e isso me fez acreditar que eu posso também, essas trocas foram melhores que minha própria terapia rsrs. Eu tenho enorme orgulho do roteiro que desenvolvi, os apontamentos e as aulas me fizeram refletir criticamente o que eu quero deixar de memória com o meu filme, sabe? Não é apenas um filme, ele é um roteiro afrofuturista criado por mim e que será meu xodó até outra produção. (…) Vocês me ensinaram que o cuidado com o nosso presente é cuidar do futuro ao mesmo tempo, sem esquecer de onde e porque partimos.” Raylson Chaves, 23, MS
“O lab me ajudou a entender como quero seguir minha carreira profissional, me ajudou a esclarecer o caminho profissional que quero seguir, isso de uma forma incrível, com pessoas que se parecem comigo, me fez entender que é possível produzir algo bom, mesmo com pouco tempo e poucos recursos, basta ter conhecimento.” Lara Andrade, 19, SP
“Impactou minha visão sobre produção cinematográfica em relação a tudo. Principalmente criação de roteiro, direção de arte e fotografia. Eu acreditava que seria difícil sequer começar a construir um curta, mas, agora, sinto que fui introduzida aos elementos básicos fundamentais. Pretendo desenvolver um curta em breve e fazer somar ao meu trabalho enquanto antropóloga.” Thayane Fernandes, 25, PE
“Foi o meu primeiro contato com qualquer tipo de estudo sobre cinema. E mudou mt a minha visão sobre essa arte e também meu modo de enxergar as coisas. Agora eu tento imaginar histórias a partir de diversas situações que vejo. ” Cássia Salles, 25, RJ
“As trocas enriqueceram as minhas referências sobre narrativas afrocentradas, me possibilitando a criação de histórias que eu tenho a ambição de desenvolver como roteiros.” Rebeca Thaís, 28, BA
“Impactaram através do conhecimento e as possibilidades que oferecem, como uma porta de entrada, estou incluindo os conteúdos aprendidos em um roteiro que estou escrevendo, além de pesquisar mais profundamente alguns dos conteúdos dado. Quanto as trocas foram muito gratificante pelos profissionais convidados com uma carga maravilhosa que possuem.” Corine Santos, 29, PE

Números e indicadores
Duração: 6 semanas
Carga Horária: 60h
Inscritos: 163
Selecionados: 40
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